sábado, 11 de setembro de 2010

Ressuscitar.

Me veio em mente esse termo quando lembrei da morte e daquele certo clichê de que morte nem sempre é um fim mas talvez um começo. E reviver, ressuscitar também não pode ser um novo começo? Sim. Um começo de um fim. De um começo.

O fim do começo do fim aconteceu no final do volúvel ano de 2008. Ano que deixei de ser outra para voltar a ser eu mesma. 

 

o amor

Lembro-me bem que foi quando quebrei meu coração em mil partes que descobri que amar não era aquela obsessão; que amar é fácil, difícil mesmo é cuidar. Eu mesma, sem pensar, ocasionei uma explosão de amor. Explosão destinada ao fim. Explosão que, pelo lado positivo, me permitiu que pudesse amar novamente só que sem o peso que me causava o amor anterior.

Leve, agora, sou livre. E eu sei, porque eu sinto (e já senti uma vez), e isso ninguém pode me contrariar, que eu sei bem que sinto e o que é que sinto. Não por saber explicar em palavras mas por sentir algo que não está nem dentro de mim, nem exterior a mim e muito menos superior a mim. É algo em estado meditativo, do presente, do agora, forte e de muita luz. 

 

a morte

Ainda no estranho ano de 2008 me encontrei, conscientemente pela primeira vez, com a morte. Comigo ela veio de repente mas rastejando ao longo do meu sono por uma madrugada mal dormida. Depois foi aquele social de velório e coisa e tal e o enterro foi a garantia de que não queria ficar ali sobre ossos. Fui pra casa; chorar aos prantos, claro. Não é todo dia que morre alguém que você gosta tanto.

Não era amigo e muito menos de sangue. Mas era ela. Mal sabia que tinha um lugar na minha vida. Mas sim, tinha e sempre teve. Desse jeito que a vida é, só fui perceber quando ela se foi. Enquanto ela ainda estava aqui passamos por tudo juntas apesar da grande disparidade de idade e de vida social.

A cicatriz foi formada. Mas cortes são coisas necessárias. Uma cicatriz de um amor que a morte fez renascer.

 

Um nascimento só pode vir da morte e do amor. O renascimento é esse ciclo de amar e morrer e, muitas vezes, mais do que imaginamos, de morrer e depois amar. Todos os dia amando e morrendo. Esse ciclo é o que constrói o ser.

 

É assim que renascemos, amando e morrendo.

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