quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

O clichê 'Degas e suas bailarinas'.


Ficou na minha cabeça tudo aquilo que ouvi de manhã na aula de História da Dança. Lá pelo século XV os nobres estudiosos começaram a indagar: Como foram as primeiras sistematizações da dança? Como o corpo se movimenta?

Então lembrei-me de Degas, conhecido pelas suas bailarinas perfeitas.





Diferente de outros impressionistas da época, a paisagem jamais o seduziu. A busca de representar o movimento o alimentava. E não era só o movimento: a luz, o enquadramento e principalmente o chão.


"O solo é um dos fatores essenciais da visão das coisas. De sua natureza depende em grande parte a luz refletida. A partir do momento em que o pintor considera a cor não mais como qualidade local que age por si própria e em contraste com as cores vizinhas, mas como efeito local de todas as emissões e reflexos que ocorrem no espaço, e que se permutam entre todos os corpos que este contém; a partir do momento em que se esforça em perceber essa sutil repercussão, em utilizá-la para dar à sua obra certa unidade totalmente diferente da unidade da composição, sua concepção da forma se altera. No limite, ele chega ao impressionismo."




Falar em bailarinas de Degas é falar em cavalos de Degas. Sua paixão! Conhecia tudo em um cavalo, cada musculatura.


"Onde encontrar algo puro na realidade moderna? Ora, o realismo e o estilo, a elegância viam-se combinados no ser luxuosamente puro do animal de raça."






Fora as pinturas, Degas trabalhava com fotografia para estudo e com esculturas em bronze. Mais um meio de mostrar que sabia representar o movimento.






Realmente, a genialidade de Degas está nessa relação de olho e mente. Como observar e transpor na tela ou na escultura.

"Vê-se de modo completamente diverso um objeto cuja estrutura se conhece. Não se trata de mostrar músculos sob a pele, mas de pensar um pouco no que está embaixo dela."

O mesmo se aplica a dança. Mas isso é conversa pra outro dia.

(Trechos do livro: Degas Dança Desenho de Paul Valéry)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Começando.

O livro 'Da preguiça como método de trabalho' de Quintana estava próximo a mim quando tive a infeliz (ou feliz) idéia de fazer este blog. O título deste é o nome de uma de suas poesias (se é assim que podemos classificar seus maravilhosos textos) que diz:

 

 Coisas que andam no ar

"Foi uma coisa que me passou pela cabeça", costuma-se dizer. E agrada-me esta expressão. Uma coisa que nos passa pela cabeça me parece muito mais universal e portanto mais verdadeira do que uma coisa que nos sai da cabeça.

 

Isso talvez explique o que vim fazer aqui. Colocarei aqui aquelas coisas em que estive pensando sem filtrar muito as idéias para que fique com esta sensação de "coisa que me saiu da cabeça".

Assuntos diversos que me interessam, desabafos, cultura e arte em geral irão compor o Coisas que andam no ar.

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