domingo, 18 de maio de 2008

Sons da Primavera.

  A cultura oriental nem sempre foi muito explorada em geral. Porém, este ano temos a oportunidade de nos aprofundar no conhecimento da arte japonesa. Não é difícil encontrar eventos culturais relacionados. Em abril, fui até a Caixa Cultural no centro de São Paulo para apreciar um evento musical gratuito que fazia parte do projeto de 100 Anos da Imigração Japonesa no Brasil.
Era o espetáculo Haru no Umi (Mar de Primavera).


  Assim como eu esperava, encontrei instrumentos tradicionais como o shamisen e o koto, e pude conhecer as músicas infantis e folclóricas do japão. Esta apresentação trouxe dois grandes artistas: Camilo Carrara e Tamie Kitahara.

Camilo Carrara                                                                                          
  

Violão de nylon, violão de aço e arranjos.

Formado pelo Departamento de Música da USP, Carrara faz a ponte entre o universo da música erudita e popular.

Lançou em 2004 seu primeiro CD solo, Canção do Sol Nascente, com 24 arranjos de canções tradicionais japonesas para violão.

Coordena a área de cordas dedilhadas e violão clássico do Centro de Estudos Musicais Tom Jobim (Universidade Livre de Música), em São Paulo.


Tamie Kitahara

Koto, Shamisen e Voz.

Estuda koto desde a infância e shamisen há 25 anos, tocando peças do repertório erudito e do folclore japonês.

Estudou shamisen no Brasil e aperfeiçoou-se no Japão, na escola Ikuta Ryu Seiha.

Dedica-se à formação de alunos, principalmente de crianças e jovens.

Teve a honra de apresentar um grupo de crianças tocando koto para o Primeiro Ministro do Japão, Junichiro Koizumi, na ocasião da sua visita ao Brasil em 2004.

É membro da Associação Brasileira de Música Clássica e presidente do Grupo Seiha Brasil de Koto que realiza anualmente apresentação de koto, shamisen e shakuhachi.

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  E sobre os instrumentos, Koto é uma espécie de harpa horizontal com treze cordas que podem ser de seda ou nylon afinadas através de trastes móveis e que permitem a mudança de afinação durante a execução da música.
  O corpo é formado por duas pranchas de Kiri, com aproximadamente 180 centímetros, formando uma caixa de ressonância.
  Aqui tem um vídeo com a própria Tamie explicando brevemente sobre o instrumento.

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  O shamisen é um instrumento com três cordas tocadas com palheta e com um caixa de ressonância que passou a ocupar o lugar do Biwa, antiga balalaica japonesa usada nas músicas narrativas.
  Possui uma sonoridade potente e é muito utilizado nas músicas que acompanham os teatros Bunkaru e Kabuki.

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  Além da parte musical, o palco improvisado no saguão da Caixa Cultural foi ornamentado com alguma ikebanas e a Tamie usou roupas tradicionais.

  Essa apresentação me fez sentir sono. E durante esse dorme-não-dorme, imaginei um espaço aberto com sakuras na primavera e crianças correndo.

  Essas crianças tinham os olhinhos bem fechados assim como os meus na hora das musicas, assim como os da minha mãe, assim como 90% da platéia: idosos japoneses imigrantes.De repente, uma música agitada começou.

  O senhor que estava atrás de mim começou a cantar junto e todos batemos palmas como se estivéssemos num barco fugindo de um Japão em ruínas rumo à um Brasil pronto para novas misturas.

A música dos pescadores.

sábado, 10 de maio de 2008

A história do circo por mim mesma


Fui ao Cirque du Soleil faz algumas semanas. Alguns são contra, alguns ficam fascinados e alguns tem dinheiro. Dessas categorias, eu sou a fascinada.

Desde pequena, assistia os espetáculos com a minha mãe na HBO. E há uns três anos atrás, lembrei-me desse super-circo e decidi ir atrás de dvds e músicas.

 

http://www.flickr.com/photos/blackdisel


Fora todo aquele negócio comercial que é uma droga, ver esse circo pra mim foi uma grande experiência.

Não digo que exista só esse, cada companhia tem sua peculiaridade e beleza e acho que também vale muito a pena ver.

Bom, e para minha surpresa, ano passado, pela primeira vez, estavam aqui com o Saltimbanco, um dos mais antigos da companhia. (E com a popularização, dvds mais baratos. Ê!)

Por ser um dos espetáculo mais antigos, é o que chega mais próximo do circo tradicional.

Dizem por aí que surgiu na China, e quando se diz que algo surgiu na China é porque faz muito, muito tempo.

Alguns números como, por exemplo, o de acrobacia, era treinamentos para guerreiros. Podemos ver claramente através dos movimentos: pular dando cambalhota, chutando o ar, etc.

Na história do circo, boa parte vem do mundo oriental e surgiu através de crenças e atos do cotidiano.

A partir daí, certos passatempos e certos esportes começaram a se personalizar como um ato que exigia concentração, superação e até beleza de movimentos.


As apresentações eram feitas em lugares públicos para que todos pudessem ver as habilidades e bizarrices.

Claro, porque o circo virou o lugar onde encontrava-se pessoas bizarras que faziam coisas bizarras. Anões, mulher-macaco, gêmeos siameses, dominador de leões, equilibrista de uma perna só, hipnotizador de cobras...

http://www.flickr.com/photos/12622904@N03/


Vamos rir e nos distrair, vamos ao circo! Vamos ver coisas bonitas, animais sendo domados, vamos ver aquela gente bizarra, comer pipoca e cachorro quente, e ouvir a velha banda com seu velho rufar de tambores.

(Só não sei como surgiram os palhaços, mas há aquela velha metáfora de que por trás do palhaço há um homem triste e por trás desse por trás, deve haver uma história.)

Então, a fama do circo espalhou-se pelo mundo como a nova forma de entretenimento e foi se adaptando a cada novidade, a cada atração que surgia, de acordo com o que o público queria.


Aqui no Brasil, de acordo com o que li num site, o circo havia chegado com os ciganos. (Sabe-se que o circo é muito relacionado a sua cultura.)

"O palhaço brasileiro falava muito, ao contrário do europeu, que era mais mímico. Era mais conquistador e malandro, seresteiro, tocador de violão, com um humor picante."

Hoje, o circo tem outra fase: o circo moderno.
Por exemplo, o Cirque du Soleil, que é uma das muitas companhias de circo existentes no mundo, tem uma tendência muito grande para o lado artístico teatral, musical e visual.

Algumas coisas mudaram.
O uso de animais não é mais permitido e é muito fácil aprender a arte circense em escolas.
E você, pequeno ser comum, não precisa ser um bizarro para entrar nessa brincadeira!

http://www.flickr.com/photos/leenda_k/

E essa é a história do circo muito mal contada.
Mas tem esse site aqui que vale a pena ler:
http://www.arcadovelho.com.br/Circo/HISTORIA%20DO%20CIRCO.htm

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