terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Assim é fácil. Mas é assim que eu vou fazer.

Entendo que seja muito simples criar um blog e simplesmente postar poesias dos outros, mas é isso que vou fazer hoje.

Ultimamente não tenho me encorajado pra sentar na frente desse computador e gastar algum tempinho digitando algo bom. Inspirações não faltam, mas odeio admitir que a preguiça é maior.

Minhas horas de ócio criativo (ou não) diminuíram. Sempre cheia de coisas a fazer: tarefas do lar, estudos, visitas, festas e por aí vai.

Mas hoje, coincidentemente lendo O Suicídio de Durkheim, me aparece em meu quarto uma alma com um olhar perdido. Para ajudar a pobre alma, peguei entre tantos livros, o livro do Drummond, Sentimento do Mundo.  Abri em um poema que gosto e a alma então o recitou.

Fiquei com vontade de rir o tempo todo. Um sorriso de canto, daqueles de quem acha graça por ser irônico, por ser algo fantástico e totalmente maluco. Esse Drummond sabe mesmo das coisas. 

Então, agora a noite me vi correndo na grama. Tão verde. E vai ficando mais verde enquanto o sol surge. As nunvens são poucas, mas bem gordas, densas e brancas. A brisa que bate no rosto é indescritível. Sinto vontade de abraçar o mundo mas não consigo.

De repente desperto com a Miu (minha gata) miando sem parar em direção à janela. Quando olho pra fora, um morcego voa rápido pra algum lugar e eu volto pra realidade.

Quantos mundos realmente existem? São mesmo mundos? Ou a idéia de mundo foi estupidamente criada por nós? Será que existe O Mundo? Ou as coisas são simplesmente partes de um todo sem que esse todo seja necessariamente um mundo?

De nada sei. Mas uma coisa existe. Um pôr do sol amarelado, rosa e laranja. Azul e branco e cinza. Existe. Isso eu vi. E se não pudesse ver, eu saberia que aquele pôr do sol estava lá, se escondendo no horizonte. Esse pôr do sol sempre estará lá. E é ele que vou seguir até encontrar o horizonte e descobrir que depois do horizonte há muitos “mundos” a serem descobertos.

MUNDO GRANDE

de Carlos Drummond deAndrade

Outrora escutei os anjos,

as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.

Nunca escutei voz de gente.

Em verdade sou muito pobre.

Outrora viajei

países imaginários, fáceis de habitar,

ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio.

 

3 comentários:

  1. Drummond sabe das coisas. Durkheim não, esse é um bobo. De onde ele tirou esse papo de "fato social"? Exterior, anterior e coercitivo? Bah!! O que precisamos é de sentimento do mundo e não sociologia do mundo XD

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  2. Cau, um gênio, o Drummond. Sempre me provoca estranhamento. E entendo pouco.

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  3. eae cau, vlw por postar no meu blog, gostei do seu tambm e das coisas que diz pensar, ultimament não faço outra coisa a não ser queimar idéias e acumular pensamentos nos bares mas qualquer dia podiamos interagir sobre a vida e tals...bjos gata e bom ano p/ ti...NOIX

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Comentários.

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